Livro: A curiosa história do editor partido ao meio na era dos robôs criadores
Aqui estão minhas anotações e destaques referente a leitura, logo, é uma página recheada de SPOILERS. teje avisado.
Conteúdo
- Informações Gerais sobre a Leitura
- Destaques e anotações do livro "A curiosa história do editor partido ao meio na era dos robôs criadores"
Informações Gerais sobre a Leitura
- Encontrei na biblioteca de Cabo Frio e gostei do título e sinopse. Olhei o ano da publicação e pensei que seria interessante ler algo sobre o tema escrito anos atrás.
- De alguma forma parecia atual aos meus interesses: escritor na época da inteligência artificial geradora de texto
- Leitura feita em livro físico
- Emprestado da biblioteca de Cabo Frio em 2023-08-18-Fri
- O início parecia muito promissor, mas conforme a história avança parece que os conflitos chegam em estágios avançados que eu até me perdi.
- Boa parte dos capítulos do desenvolvimento eu passei correndo e mal me lembro. Amargurado com a leitura desprazerosa.
- Ramon é Nomar, ele não parece decidido em qual é sua identidade de verdade.
- Envolve crítica ao capital e uma rede de prostituição.
- Por vezes, parece que ele quer fazer uma crítica ao machismo muito rasa.
- Os robôs criadores são diferentes da AI generativa de hoje. São pessoas e processos da CPE.
- Espero que Jose Luis Saorin seja menos bundão que Ramon.
Estatísticas:
Início da leitura: 19/08/2023
Finalização: 07/09/2023
Gráfico de leitura:
Avaliação
'A curiosa história do editor partido ao meio na era dos robôs criadores' de José Luis Saorin, tem um início promissor mas deixa a desejar na exploração das inúmeras questões e tópicos levantados num emaranhado de situações conflitantes e autoimpostas.
Processo de destaques e anotações
- Faço as anotações inicialmente pelo Apple Notes
- Tiro uma foto da página e utilizo o OCR do iOS para extrair o texto
- Copiar anotações para o markdown do Obsidian
- Formatar o texto para Markdown - ele perde boa parte da formatação do Apple Notes, exceto bullet points
Destaques e anotações do livro "A curiosa história do editor partido ao meio na era dos robôs criadores"
1
“Dei-me conta de que jamais poderia ser caçador no Alasca; a verdade é que não poderia ser um monte de coisas. Tive sorte de nascer num século cheio de comodidades. Em qualquer outra época sequer teria chegado à adolescência. Esse pensamento me agradava porque assim pelo menos encontrava um sentido para todos os meus defeitos. Não que fosse um Quasímodo, mas, de qualquer modo, num concurso de tarzãs teria ficado em último, isso se não morresse ao pular de um cipó para outro.”
- Sobre as nossas existências moldadas de acordo com os momentos e lugares diferentes que nascemos
- Buscar um sentido para a própria existência
“A máquina não tinha troco. Tudo bem, não queria o troco, ela que ficasse com ele. Só queria o bilhete. Olhei todos os botões, mas não havia nenhum para deixar gorjeta. Merda, estava com pressa e a única coisa que eu queria era um bilhete, mas a maldita engenhoca não entendia nada disso, e a única coisa que fazia era ficar apitando enquanto eu apertava seguidas vezes o botão do bilhete. Finalmente, dei-me por vencido e apertei o botão para cancelar. A moeda de dois euros fez o mesmo barulho que quando cai na canequinha metálica de um cego. Mudei de máquina, mas ficou claro que não era meu dia. Fora de serviço, dizia o cartaz que alguém escreveu com letra ruim numa folha branca.”
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interações com máquinas, robôs, tecnologia no dia a dia de agenda atarefada com compromissos que nos limitam e nos apressam a vida que nos faz otimizar e correr mais
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Ele encontra 3 pessoas para quem pede ajuda ainda no metrô, evitando subir para o clima frio e ir até uma banca (identifico totalmente essa situação, já passei por isso, catraca da linha verde, entre conseguir entrar no metrô sem se atrasar mais sem sair do metrô ou ter que subir a escada para sacar dinheiro no Itaú ao lado do metrô)
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Cada uma das pessoas tem uma reação identificável
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Uma moça que se assusta ignora; um cara também atrasado e também precisando de ajuda; uma moça que tem o dinheiro contado para comprar o bilhete
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No fim, fazem um leilão para comprar as moedas da garota que tem o dinheiro certo.
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Ele acaba pagando 50 euros, o dobro do que teria gasto com um taxi
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Faz isso na impulsividade competitiva. “Ninguém ganha de mim no pailitinho”.
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Logo que compra, a bilheteria abre, mais um motivo de vergonha. Corre para pegar o vagão antes. Consegue, faz um gesto obsceno. Um completo tolo.
2
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Capítulo se passa no vagão do metrô. Ele conversa com a primeira mulher que se assustou com ele na entrada.
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Mostra um pouco do comportamento dele de ler o jornal dos outros e como pensa de si mesmo sobre não ter reflexos rápidos.
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Ele quer fazer algo especial já que gastou 50 euros no transporte.
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Aprendemos que ele é diretor literário quando entrega seu cartão para Laura, a mulher colombiana assustada
“O bom do metrô é que sempre há muitos passageiros lendo. De fato, a maioria das manhãs eu as utilizava para fazer minhas próprias estatísticas sobre os gostos das pessoas em matéria de leitura. Além disso, gostava de comprovar se nossos produtos estavam bem situados em relação aos da concorrência. Algumas de minhas melhores ideias tinham me ocorrido no metrô. Como a dos nanorrelatos. Por isso procurava não pegar o carro ou um táxi. O metrô era meu campo de provas.”
- Descobre que Jaime Zeerep, escritor revelação da temporada, foi encontrado morto
- Lendo o jornal dos outros
- Jaime era sua descoberta e ele contava com seus livros para conseguir comissão
- Na primeira página do livro tem uma referência de que seu colega de trabalho Luvic mandou mensagem para falar de Jaime, mas na pressa e atraso ele ignorou
- Acabo de perceber que ainda não sei o nome do personagem
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21/08
- Mal aluno na escola
- Mal aluno no ambiente de trabalho
“Nesse momento, Luvic, que era meu chefe direto, apre-sentava, utilizando um canhão de vídeo, o programa da jorna-da. Esta era a última moda do grupo. Uma vez por ano eram celebradas reuniões para que os quadros intermediários conhecessem o que estava ocorrendo na empresa. Era isso o que eu era, um quadro intermediário. A palavra quadro sempre me intrigou. Em tese, deveria ter algum significado positivo, mas a mim parecia o mesmo que se você dissesse a uma mu-Iher que ela era uma floreira. Sei lá, me sentia como se estivesse servindo de enfeite na empresa. Enfim, como um quadro mesmo.”
- Ramon é seu nome
- Reunião importante prestes a acontecer e seu chefe não quer colocar outro no lugar
- A morte de jaime comparada a de um animal em extinção, pois é isso o que são os escritores para os empresários
“Estava convencido de que ele não tinha a menor idéia do que acontecia na empresa. Nesse nível, a única coisa que preocupa você é se a empresa compra ou é comprada, ou se o seu patrimônio é de um bilhão de euros ou de dois bilhões. Seia como for, certamente você não está preocupado se tem ou não moedas trocadas para o metrô.
As falas sempre eram iguais. Vamos bem, mas temos que melhorar. A empresa solicita um novo esforço. A concorrência está muito forte. Às vezes me perguntava por que não mudavam o discurso. Quem sabe porque era fácil de aprender ou talvez porque tinha gente que ainda acreditava nele. Os mercados nos avaliam positivamente, mas temos de conseguir ci fras estáveis de crescimento. Enfim, a ladainha de sempre.
Luvic sorria e mexia a cabeça com um gesto afirmativo como se o que estivesse dizendo fossem descobertas vitais para a humanidade. Os demais membros do júri permaneciam absortos em seus próprios pensamentos. Eles não eram quadros, mas de detrás daquela mesa pareciam os restos de um museu empoeirado e rançoso."
- Ele diz que vive uma vida dupla
- Fala do machismo corporativo, sem citar esse termo
- Sobre irem pro puteiro depois do expediente e chifrar as mulheres
- Ramon inventou que é casado no currículo e desde então vive essa mentira
- Essa mentira cresceu tanto e ele a detalhou tanto que comprava coisas pra ela e criava e-mails para ela
“No início não tinha muita clareza sobre como era minha mulher, na ficção, é claro. Dispunha apenas de um nome, Mar-ta, e uma idade, roubados de uma antiga namorada que converti em esposa virtual. De qualquer modo, para uma entrevista de trabalho a gente não constrói muito mais sobre os personagens inventados. Além disso, também ninguém costuma perguntar muito. No entanto, com o passar dos anos fui acrescentando mais características. Queria diferenciar minha mulher da minha ex-namorada. Era como uma charada. A cor do cabelo, a altura, suas manias, seus defeitos, seu passado. En-fim, pouco a pouco desenhei na minha imaginação um casal cheio de pequenos detalhes.
Minha própria mentira me envolveu como num jogo perigoso e muitas vezes entrava nos supermercados e comprava cremes hidratantes e perfumes femininos. Abri para ela uma conta de correio eletrônico para que pudéssemos nos escrever.
Tinha até um calendário onde anotava os dias do seu ciclo.
Soube sua data de nascimento, suas manias ao acordar, suas comidas e seus programas de televisão favoritos.”
- Fala dos direitos autorais
- Os empresários querem os nanorrelaros mas nao querem pagar os gigadireitos
- Ele era o escritor Nomar Wallace na outra vida dupla, e ngm mais sabia
- Com a morte de Jaime, seu chefe Livia queria que nomar fosse para uma conferência importante
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- Viagem de avião para tenerife
- Com Livia e geles
- Devaneios sobre sua vida dupla
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“Tratei de mergulhar de novo no livro, mas era trabalhoso, porque estive sonhando com a convenção e as histórias se mis turavam. Além disso, não tinha muita certeza de estar gostando daquela novela. Falava de um escritor solitário que fica obcecado achando que os outros estão querendo roubar suas idéias e então enche a casa de gravadores para poder deixar registrado tudo o que diz. Todo dia ele recompila as fitas e as leva até o registro de propriedade intelectual. Ali conhece uma moça, que é quem o atende amavelmente quase sempre. No fim, acaba saindo com ela algumas tardes para tomar café.
Um dia a moça descobre que ele está gravando todas as suas conversas na cafeteria e fica chateada, mas em vez de gritar ou romper sua relação com ele, dedica-se a gravar por sua conta as mesmas conversas. Então cada um chega em casa à noite e ouve sua fita. Ela se dedica a registrar as suas à primeira hora da manhã, de maneira que as dele sempre tenham o registro de entrada uma hora mais tarde que a sua. Continuam com essa rotina durante meses, até que ele um dia lhe traz de presente um livro que publicou. Ela lhe dá os parabéns, mas quando chega em casa à noite comprova que muitas das frases foram extraídas das fitas que ambos gravaram. No dia seguinte o denuncia por plágio.”
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Ele tá sempre pensando que os outros tão julgando ele de bundao
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E na maior parte ele parece ser mesmo
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Na real, ele é bem bundao mesmo
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As 4 malas era pra ele poder se vestir de Nomar Wallace
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Termina o cap com ele fazendo isso e aparecendo na recepção do hotel para ir ao seu quarto
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Ele age como Norman
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Descobre uma fã na recepção que o reconhece
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Gosta da sensação
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Vai pra praia e atende o telefone do chefe as duas da manhã do chefe maiorzão
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E cria uma situação absurda por ter feito algo absurdo
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Embora é um tanto convincente já que a essa altura entendemos suas particularidades. Ele tá vestido de outra pessoa seu alter ego com bigode e tudo! Pq não atender a ligação do chefe do chefe?
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O chefão fala algo da morte do Jaime e que Luvic agora tem que cuidar disso. Suspeito.
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Uma breve passagem diz que Jayme teve uma parada cardíaca, mas claro que nesse momento já estamos desconfiados.
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Laura, a primeira mulher que ele encontra no metrô, liga novamente e fala sobre Jayme! Ora, essa.
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O capítulo termina com Luvic ligando em seguida e parecendo esquisito. Ramon paranoico.
“Os tetos dos hotéis são uma fonte constante de inspiração, pelo menos eu acho isso. Você deita na cama e olha a ausência de lâmpadas e de cor, característica dos quartos, e por alguma razão isso ajuda você a meditar. É como a ioga, só que sem tanto esforço. A verdade é que aquilo que eu estava olhando nesse momento não tinha nada de especial mas me permitiu entrar nesse estado de meditação próprio dos santos.”
Lembrei de Maya Angelou, que gostava de escrever em quartos de hotel
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Chefão promovido
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Luvic vem de fórmula um
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Henry ford
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Publicidade
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“Eu me mexia no assento perguntando-me constantemente se o Super-homem havia se encontrado alguma vez no dilema de ter que escolher entre sua vida profissional e sua identidade real. Porque para mim, a identidade de Ramón era como a de Marta, dois personagens fictícios que serviam de tela a Nomar, o escritor, o verdadeiro.”
Quantas vezes super homem aparece na história?
“Surpreendia-me muito observar que embora as estatísticas dessem as mulheres como principal leitor de livros, os assistentes eram majoritariamente homens. As gravatas e os paletós se impunham às saias numa proporção que estimei em pelo menos dois para um.”
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Capítulo sobre o mercado editorial
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Na conferência
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Sobre a desumanidade por trás do negócios
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Clientes e não leitores
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Direitos autorais e DNA em livros
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Capítulo acaba com ele conhecendo uma Marta, fica interessado
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A passagem dele escolher a primeiro roupa para aparecer como Norman vai um pouco contra a ideia dessa ser sua principal identidade
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Passagem de Marta explicando a história da sua editora:
“Olha - asseverou colocando o dedo indicador sobre meu peito -. Meu pai morreu quando vocês compraram a editora dele e sabe por quê? sabe?
-
Mas.
-
Porque vocês despediram todos os funcionários, fustigaram os escritores para que aumentassem a produção, espremeram sua base de leitores e jogaram fora a casca quando já não sobrava nada. - Olhou para o chão como se lá estivesse o envoltório de uma laranja fictícia.
-
Mas eu não sei nada disso - tentei dizer -. Não sei do que você está falando.
Acontece que ela estava falando da editora Livros são
Amores, uma empresa que existia há mais de cem anos no mercado. Acontece que de alguma maneira eu de fato sabia o que ela estava me contando. Claro que eu lembrava, sua aquisição teve lugar seguindo uma política de compra de pequenas empresas com o objetivo de aumentar a cota de mercado. Eu nunca estive à frente desse departamento, era responsabilidade direta de Luvic, mas de fato lembrava de me alegrar quando nos comunicavam pelo correio interno a notícia de uma nova aquisição. Lembrava do caso da editora Livros são Amores porque repercutiu muito no setor. O anti-
¿o dono se suicidou alguns meses mais tarde e nunca se soube os motivos que o haviam levado a isso. Também não tive muita curiosidade em saber, achei que ele não tinha conse
Buido digerir os milhões que havia recebido pela compra. E
bastante freqüente.
-Agora me estabeleci por minha conta - disse levantando os olhos e me olhando -, mas não pretendo permitir que vocês façam comigo o mesmo que fizeram com meu pai.”
- Muito simplista reducionista
“Não soube o que dizer. Eu não tinha nada a ver, mas me sentia culpado, como se tivesse disparado uma arma contra o peito de um indefeso. No final das contas eu também me alegrei quando a empresa foi comprada, e também achei bom que tivessem eliminado os postos pouco eficientes e que seus leitores fossem utilizados como mercado para nossos pro-dutos. Fiquei com o suco de laranja a meio caminho entre a boca e a camisa, paralisado diante do fato de ter colaborado com algo tão terrível. Olhava para Marta e tinha vontade de abraçá-la e dizer-lhe o que sentia, mas a única coisa que fazia era balbuciar desculpas que soavam tão falsas como euros de papelão.”
“ Sorte? - Do que é que essa mulher estava falando? Desde quando é uma sorte para uma editora que um de seus escritores morra?
Sim - disse aproximando-se do meu ouvido mais do que eu considerava prudente -, as vendas de seus livros aumentaram escandalosamente. Quisera eu que meus escritores morressem com maior frequência.
Joguei-me para trás na cadeira e a olhei com cara de es-panto. Essa mulher estava louca. Sua empresa acabava de comprar os direitos de publicação do código da vida e no entanto ela desejava ver mortos os seus próprios escritores para aumentar as vendas. Olhei o relógio dissimuladamente e levantei com precipitação. Os demais comensais me olharam com interesse.”
- Reducionista demais.
- As coisas são mais complexas.
- E veladas.
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Sessão de autógrafos como Norman
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Tentando esconder relógio de Ramon, e fugindo com o celular quando luvic ligou
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Primeiro encontro com luvic
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Primeiro encontro com Marta, que é a personificação de seu amor ilusório. Ela diz que gosta de seus livros
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E ele escreve uma dedicatória a convidando para sair a noite
13 ao 17
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Leitura rápida
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Por vezes com a cabeça em outro lugar
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A história também fica maluca
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Uma mistura das personalidades
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Jantar solene e quatro mulheres diferentes
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Maria fez maquiagem nele
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Depois ele tomou café da manhã com ela e levou soco do namorado
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Não sem antes ficar bebado com louise tarada e não lembrar de nada que fez depois de ter inventado que era gay compromissado pra ela
-
Mas encontrou Marta
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E levou bronca do luvic por não ter convencido nomar a assinar com a editora
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“Mas eu precisava falar.
-Conhece uma coisa chamada CPE? - perguntei à quei-ma-roupa.
-
Era justamente sobre isso que eu queria lhe falar.
-
Você conhece?
-
Bom, o pessoal da VMG anda por aí se vangloriando de um novo sistema de produção de livros que vai lhes permitir reduzir os custos de criação até limites insuspeitados. - Mexeu-se inquieta na cadeira -. Tentaram me vender a idéia na convenção.
-
Ouem?
-
Luvic não parou de me dizer que podia conseguir um livro novo de qualquer dos meus autores em menos de quarenta e oito horas. - Revirou sua bolsa e tirou um livro -. Olha só o que chegou para mim ontem pelo correio.
Olhei o que estava me mostrando. Era um livro de Fernando Riballo, um dos autores principais da editora dela. Olhei sem entender o que ela queria me explicar.
-
Esse livro não existe. - Sacudiu o volume na minha frente -. Não foi escrito pelo Fernando.
-
O que você quer dizer?
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Eles o fabricaram seguindo o estilo dele, em apenas dois ou três dias.
-
É uma imitação.
Mordeu os lábios antes de responder.
-
Não, é mais do que isso. É perfeito, poderia passar por uma obra de Riballo, Inclusive em algumas partes parece uma evolução natural do seu estilo. - Deixou o volume em cima da mesa de mármore, junto do meu café com leite -. Eles o fizeram no CPE. O pessoal da VMG não tem escrúpulos.
-
É só o Luvic.
-
São todos. Todos os que estão ali sabem disso. Ramón Ferrero também está metido nisso. Acho que têm um complô contra os autores. - Olhou-me muito séria nos olhos, tomou fôlego e disse sacudindo a cabeça -: Nomar, não quero lhe meter medo, mas é possível que você esteja em perigo.
-
O que você quer dizer? - Surpreendi-me ao ver como tinha sido simples para Marta descobrir as intenções de Luvic, mas me parecia incrível que tivesse relacionado a morte de
Jaime com o CPE.
-
Os autores vão desaparecer. - Deixou cair o livro sobre a mesa - Não da para competir com o que eles inventaram.
-
Não e tanto assim - responta aliviado.
-
Minha editora está acabada. - Tinha os nós dos dedos brancos de tanto apertar os punhos -. Ou eu contrato a produção de livros com o CPE, ou não vou poder agüentar a concor-rência. O mercado vai me expulsar e meus escritores irão pro olho da rua. Quantas novelas você consegue produzir em um ano? Uma, duas? A VMG pode produzir quantas quiser. Não tem sentido lutar.
Tranquilizei-me um pouco ao comprovar que não suspeitava de um complô para assassinar os escritores, e sim de um plano para acabar com eles profissionalmente falando. Era possível que a trama policialesca fosse só imaginação minha, quer dizer, talvez não devesse comentá-la naquela hora. Primeiro recolheria mais informação e depois iria pensar.”
A cena em que ele como nomar conta que não escreve seus livros e sim Ramon é inacreditável
“- O que você não sabe é que não sou eu quem escreve
meus livros.
Parou de me acariciar e ficou tensa. Acho que a surpreendi.
-
É о CPE?
-
Não, acontece que eu sou apenas um nome, uma figura sem conteúdo. O verdadeiro escritor das minhas novelas, há muitos anos, é Ramón Ferrero.
Ela começou a falar. Não podia acreditar nisso, embora, claro, esse poderia ser o motivo pelo qual Nomar Wallace nunca aparecia em público. De fato, ficou surpresa que em Tenerife eu tivesse ido pessoalmente. Mas se eu não escrevia os livros, quem era eu?
- Eu sou apenas um ator contratado para a conversa.
Custou-me um pouco convencê-la mas no final consegui.
É o bom de não precisar contar mentiras. Afinal, era verdade que Ramón Ferrero escrevia meus livros. Além disso, não me custou muito inventar uma história plausível. Depois do CPE qualquer coisa podia parecer razoável.
-
E será que ele não está utilizando o CPE para escrever os livros? - comentou de repente com uma lucidez própria de uma editora.
-
Não que eu saiba, mas parece que a editora está pressionando para que o faça. Todos os autores da editora estão sofrendo pressões.
Ela moveu a cabeça como se entendesse perfeitamente.
De repente, alguma coisa mudou. Não é que eu não estivesse ali desde que havia descido do avião, mas subitamente me dei conta de que já não estávamos em Tenerife e sim em Bar-celona, e que a Marta que tinha na minha frente havia-se convertido numa empresária preocupada com o futuro de seu negócio, enquanto eu passava a ser um ator de meia-tigela que aceitava papéis absurdos para usurpar o lugar de um escritor que não existia. Soube, sem nenhuma dúvida, que estava tudo acabado entre nós.
ー
Certo, isso está muito bem - me interrompeu com um olhar frio e cortante”
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Combinaram e termina com a morte falsa de Norman Wallace
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Não sei em que momento me perdi, mas tô achando difícil acompanhar a história
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Confuso demais
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Capítulo da morte de nomar
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Vê toda a vida passar como dizem nas histórias, mesmo
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E depois acorda e entendemos que ele tomou algo que o fez passar por morto e teve até velório
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Nada verosímil, até mesmo por não entender que porra ele tomou
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Mas o mais chocante é ele ter ficado surpreso com Laura dizendo que luvic a convidou para jantar, porra tamo no final do livro e o cara acha a característica comum do chefe como algo inesperado ?
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- Capítulo inútil só pra abrir uma tensão de que terá uma reunião importante com o chefe do Luvic
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“Do meu lado, pude perceber como Antônio levava a mão ao pescoço e acariciava a pele embaixo do queixo.
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A notícia que queríamos adiantar aqui, antes de publicá-la na imprensa, é - fez uma pausa e olhou na direção de Marta
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a aquisição da editora Livros são Amores, de Barcelona, por parte do grupo VMG.
Era o que me faltava. Não podia acreditar, era como se todos os meus pesadelos estivessem virando realidade, um por um. Talvez ainda estivesse sob o efeito da droga e tudo fosse um sonho ruim dentro de um caixão. Belisquei-me na coxa, só para me machucar, porque infelizmente já sabia que tudo era real.
-
Obviamente, a editora irá manter provisoriamente seu nome, mas os autores, e esta é a boa notícia, assinaram em bloco um acordo de cessão de seus direitos à empresa. Dessa maneira ganhamos autores e cortamos os custos numa só ope-ração. - Apontou para Marta, que permanecia atrás da mesa sem mexer um só músculo -. Tudo isso foi possível graças à colaboração da até agora editora Marta Balaguer.
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Obrigada, Luvic - disse quase sem voz.
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A partir de hoje ela abandonará suas responsabilidades como editora e se incorporará aos nossos escritórios como adjunta à direção, ou seja, a mim, a partir da semana que vem. - Luvic esboçou um amplo sorriso e virou sua cabeça na minha direção.
Por acaso eu deveria entender alguma mensagem oculta naquele gesto?“
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Na reunião, é anunciada a aquisição da Livros sãos Amores
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Parece um caminho esperado esse de Marta se vender.
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Vamos ver se Ramon vai continuar sendo bundao ou como dará a volta por cima no último capítulo.
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- Sim, ele permanece bundão. Confrontado e confundindo as duas martas, disse que era gay, mais uma vez.
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Luvic e noaj sabiam de tudo
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Pq Laura trai Ramon
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Luvic estava por trás de Laura
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Ele se humilha e é demitido
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E ainda fala groselha de contar tudo pra polícia
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Perdoa Laura pq ela também é vitima
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Decidem se matar igual fizeram com nomar
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Mas só ele toma a infusão e ela o trai novamente
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“Me obrigaram a trocar as ervas”
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Ele revive o início da história no metrô
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Mas desta vez pula a catraca e vai atrás de Laura
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Acorda e decide que precisa de uma nova identidade, já que Ramon morreu
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E decide ser José Luís saorin
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Autor do livro
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Que fim terrível